COLAGEM
Chapas de acrílico podem ser coladas com solventes e adesivos formando uniões fortes, duráveis e transparentes.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA
Devido a toxidade da maioria dos componentes das colas para acrílico, o processo deve ser efetuado em ambientes bem ventilados e com proibição de fumar, além de evitar contato direto com a pele.
PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE
- Para boa aderência da cola, as superfícies do acrílico devem estar isentas de gordura ou de adesivos dos filmes de proteção;
- Recomenda-se usar éter ou aguarrás para limpeza;
- Outra precaução é a eliminação de tensões provenientes de processos de moldagem, através de tratamentos térmicos;
- Se o corte feito com serra apresentar imperfeições, deve ser lixado até atingir esquadramento correto;
- Nunca se deve polir as superfícies a serem coladas, pois a cola não teria boa aderência e as áreas de contato seriam reduzidas pelo arredondamento das bordas.
Se você pretende colar uma chapa acrílica a outras, tem as seguintes opções:
- Colas a base de solvente;
- Soluções de polímero em solvente;
- Colas a base de polímero.
Colas a base de solventes
- Possui secagem ultra rápida, devendo ser aplicada por meio de seringa;
- Juntam-se previamente as partes a serem coladas, despejando-se a cola por meio de seringa na região da junta;
- É recomendada para uma ampla gama de aplicações, de displays a sinalização de interiores;
- Não é indicada para peças expostas a intempéries ou usos industriais, onde as uniões são submetidas a esforços mecânicos.
Colas polímero em solvente
- Trata-se de cola viscosa, cristalina, sendo aplicada em superfícies que rapidamente se juntam;
- Age dissolvendo o acrílico, com a evaporação do solvente e deposição do polímero na junta;
- Seca em algumas horas deixando uma junta cristalina e uniforme;
- Pode ser aplicada com bisnaga plástica, seringa ou ainda com pincel;
- Estas uniões revelam maior resistência ao intemperismo e maior adesão que a colagem feita com colas a base de solventes.
Colas a base de polímero
- Cola de alta viscosidade e preparada no momento de usar, juntando-se dois componentes para polimerização: cola (MMA) + catalisador;
- Apresenta alta transparência e cristalinidade, garantindo elevada resistência mecânica, perfeita estanqueidade e prolongada resistência a intempéries;
- A firmeza destas uniões se assemelham ao do próprio material acrílico;
- Se utiliza geralmente em uniões onde as partes não se assentam corretamente, sendo necessário aporte de material.
Tipos de Uniões
- Face a face
- Sobreposto
- A 45º
- A 90º
- Perpendicular
Técnica de colagem por capilaridade
- Método mais popular para colagem de chapas de acrílico pela capacidade do adesivo + solvente penetrar facilmente na área de união;
- As partes a colar devem se ajustar de forma precisa;
- A cola é injetada através de seringa com agulha, ao longo de interstício deixado pelas superfícies a colar, permitindo ao solvente penetrar por capilaridade ao longo da área determinada;
- Cola em demasia pode arruinar as zonas adjacentes e se for escassa as uniões ficarão frágeis.
Técnica de colagem por imersão
- Estender uma tela metálica dentro de uma bandeja e depositar o solvente até cobrir a tela;
- Submergir somente a borda de uma das peças a unir diretamente no solvente, dentro da bandeja;
- Apoiar a chapa sobre a tela perpendicularmente por 1 a 5 minutos, dependendo da espessura, do tipo de solvente e da força de colagem requerida;
- Tempo de imersão deve ser suficiente para que a chapa se inche, eliminando-se o excesso de solvente e imediatamente colocar a peça sobre a outra superfície a unir;
- Mantenha as peças unidas sem pressionar por 30 segundos, permitindo que o solvente atue sobre a superfície da outra peça. Depois desse tempo aplique pressão uniforme para retirar as bolhas de ar que permaneceram.
Outras técnicas de colagem
- Adesivos com aplicação em aerossol;
- Adesivos em fitas de dupla face transparentes ou opacas;
- Pistola de ar quente, ajustadas eletronicamente quanto a temperatura e velocidade do fluxo de ar;
- Para trabalhos muito especiais utiliza-se método por ultra-som, com tempos de execução muito curtos.
OS SEGREDOS DA COLAGEM REVELAM A BELEZA DO ACRÍLICO
A utilização correta da cola à base de solventes é uma das peculiaridades do setor. A cola à base de solventes, ou cola rápida, exige do aplicador alguns conhecimentos mínimos para oferecer maior rendimento. Com o objetivo de facilitar a compreensão de seus segredos, e assim evitar "bolhas" e o "embranquecimento" das peças após uma colagem mal realizada, é importante que o aplicador esteja atento para detalhes que se revelam fundamentais no processo de colagem.
Em primeiro lugar, as superfícies a serem coladas devem estar absolutamente lisas, planas, limpas e desengorduradas, para que haja uma aderência perfeita entre elas, o que pode ser obtido com uma usinagem feita por torno, tupia, desempenadeira ou fresa. As partes que estarão em contato devem ser limpas com tecido umedecido em álcool, éter ou aguarrás. Recomenda-se, também, a retirada de pequenas sobras dos filmes de proteção que acompanham as chapas e podem ser um empecilho para uma boa colagem. As chapas não devem ser polidas antes da colagem.
Por apresentar secagem rápida, não é aconselhável para peças ficarem expostas às intempéries ou para usos industriais, ou mesmo para peças que podem ser submetidas a esforços mecânicos. Para realizar uma colagem com ângulo de 90 graus, utiliza-se a ajuda de fitas adesivas, grampos ou qualquer outro recurso para fixar o posicionamento das partes, e aplica-se a cola com o auxílio de uma seringa ou uma bisnaga, adaptadas ao bico aplicador.
Também é possível realizar o mesmo processo derramando uma camada fina de cola em uma bandeja rasa de vidro ou alumínio e deixando a superfície a ser colada por 20 ou 30 segundos em contato com a cola no fundo da bandeja, antes de aplicá-la à superfície em que será colada definitivamente. Tipos de uniões face a face sobreposto 45º perpendicular.
Deve-se aguardar uma hora antes de qualquer manuseio, e até doze horas antes das demais operações de acabamento. Por se tratar de produto tóxico, a cola para acrílico deve ser manuseada em local arejado (de preferência em capelas com exaustão de vapores), com uso de luvas, óculos e máscaras. Se for inalada, pode causar náuseas, tontura, e convulsões, afetando o sistema nervoso central e o sistema cardior-respiratório. Evite o contato com a pele e mantenha o frasco com o produto longe de crianças e pessoas não habilitadas.
COLA ACRÍLICA COM CATALISADOR
Produto de alta transparência e bastante cristalino, essa cola de alta viscosidade deve ser preparada com o auxílio de um componente catalisador.
A cola acrílica com catalisador garante elevada resistência mecânica à junta colada, permitindo trabalhos resistentes à pressão e esforços mecânicos e oferecendo, ainda, grande resistência às intempéries. É a única cola que permite obter juntas quase invisíveis e com resistência próxima à do próprio acrílico.
Para conseguir o efeito desejado, misture a cola com o catalisador na proporção de 25:1 (ex: 25 ml de cola para 1 ml de catalisador). Homogeneizar por 1 minuto em recipiente bem limpo, de vidro ou polietileno. Completada a mistura, espere até as bolhas subirem para a superfície da cola e transfira o produto sem bolhas para uma bisnaga flexível, ou seringa plástica. Após ser preparada, a cola deve ser utilizada em até 20 minutos, pois sua viscosidade aumenta progressivamente, dificultando a aplicação.
As superfícies a serem coladas devem estar limpas e desengorduradas. Proteja as áreas próximas à região a ser colada com fitas adesivas ou filmes plásticos. Aplique a cola em uma das partes e mantenha a peça posicionada em gabaritos. Mantenha o objeto pressionado por até 60 minutos, até o endurecimento da cola. A usinagem do material colado deve ser realizada apenas depois de um intervalo de 24 horas.
Cuidado com alguns materiais que amarelam a cola e retardam seu endurecimento como borrachas, madeiras, álcool ou a parte colante das fitas adesivas. Não é necessário polir as partes a serem coladas. Não utilize a cola em temperatura ambiente inferior a 20ºC, pois ela deve ser utilizada entre 20ºC e 25ºC (é possível aquecê-la em banho-maria).
Caso a cola demore mais de 60 minutos para endurecer, descarte o catalisador, que deve ser conservado em ambiente refrigerado com até 10ºC. Por ser inflamável, o produto deve ser mantido longe do fogo. Em caso de acidente, use pó químico seco para apagar. Armazene o produto longe de crianças e pessoas não-habilitadas. Procure trabalhar em ambientes refrigerados ou em capela com exaustão de vapores. Use máscaras, óculos e luvas na hora do manuseio.
ETAPAS
1. Medir a cola com uma proveta graduada ou uma seringa hipodérmica de plástico de 25 ml. COLA CAT.
2. Usar recipiente limpo de vidro ou polietileno (plástico flexível) e um bastão de vidro ou uma tirinha do próprio acrílico para misturar. COLA + CATALISADOR = 25 ml = 1 ml (25 gotas)
3. O catalisador pode ser usado em gotas (1 ml de catalisador equivale a 25 gotas). Utilizar um conta-gotas de plástico.
4. Misturar o catalisador e a cola, mexendo por, no mínimo, 1 minuto.
5. Deixar a mistura em repouso por 5 minutos ou o tempo necessário para as bolhas subirem até a superfície e o líquido ficar límpido e isento de bolhas.
6. Transferir para uma almotolia (bisnaga) de polietileno ou para uma seringa sem agulha.
7. Aplicar sobre o acrílico. Usinar as peças em ângulo (chanfradas) para formar um depósito de cola. Colagem em Topo Colagem em 90º
8. Após o endurecimento da cola, remover o excesso e dar o acabamento final.
TIPOS DE COLA
Existem três tipos de colas para acrílico:
- Solventes, tais como: clorofórmio, dicloreto de etileno ou acético, os quais agem dissolvendo a superfície do acrílico e permitindo a fusão das duas faces a serem juntadas.
- Solução de polímero em solvente, que age da mesma maneira que os solventes, mas deposita polímero nas juntas, após a evaporação do solvente.
- Solução de polímero em monômero, que age da mesma maneira que os solventes, mas polimeriza na junta ao invés de evaporar. A polimerização do monômero, convertendo-se em polímero, pode ser induzida por um dos três métodos:
- Ativação química.
- Radiação ultravioleta na presença de um fotocatalisador.
- Aquecimento.
ALÍVIO DE TENSÕES
Uma colagem inteiramente satisfatória só é obtida se for realizada uma operação de alívio de tensões, tanto antes, como depois da colagem.
A finalidade dessa operação antes da colagem é dupla. Primeiramente, remove as tensões localizadas que possam estar presentes na chapa acrílica original, ou que possam ter sido causadas por usinagem ou moldagem prévia; em segundo lugar, seca o material. Ambos os fatores, mas
especialmente o alívio de tensões, contribuem para reduzir o risco de fissuras posteriores nas peças, ao redor das juntas coladas. A secagem do material diminui a possibilidade de ocorrer "embranquecimento".
BISNAGAS E SERINGAS
Após protegidas com fitas adesivas, as bordas a serem coladas são postas em contato e mantidas num gabarito apropriado, em forma de "V", dentro do qual o solvente ou cola é distribuído por uma bisnaga ou seringa. Deixar permanecer por cerca de 30 segundos. O vão em forma de "V" é firmemente fechado, e a junta presa de leve. Antes da cola estar completamente endurecida, usa-se uma faca afiada para recortar o excesso, facilitando assim, a remoção do material de proteção.
ESPÁTULAS OU PINCEL (PARA COLAS VISCOSAS)
Onde for necessário para limitar o excesso de cola ao redor da junta, essas colas razoavelmente viscosas, podem ser aplicadas às superfícies do acrílico com espátula.
ELIMINAÇÃO DE BOLHAS DE AR
As bolhas de ar prejudicam tanto a resistência, quanto aparência de uma junta acrílica. Elas podem ser evitadas, tendo-se bastante cuidado ao misturar a cola antes da aplicação à junta.
As bolhas também podem ocorrer devido ao umedecimento incompleto das superfícies do acrílico pela cola, como resultado da presença de gordura ou sujeira, ou onde uma superfície usinada de acrílico tiver retido pequenas bolsas de ar.
A limpeza da superfície com clorofórmio ou monômero de metacrilato de metila ajudará a eliminar ambas as dificuldades.
COLAGEM LAMINADA
Essa operação só é realizada satisfatoriamente com o emprego de colas de baixa viscosidade. O ponto essencial é evitar o aprisionamento de bolhas de ar entre as duas lâminas. Para a laminação de pequenas áreas, aplique uma porção de cola sobre o centro de uma das placas, deixando que as bolhas de ar venham para a superfície e arrebentem, abaixando-se, então, a segunda placa lentamente, de modo que o contato seja feito primeiro, num único ponto. Isto força a cola para fora, pelos lados, sem absorção de ar.
Para laminação de áreas grandes, é mais conveniente despejar uma "tira" de cola ao longo de uma lateral da placa e abaixar a chapa de cima, de tal modo que o contato seja feito primeiro ao longo de toda a lateral, e então uma "onda" de cola será forçada transversalmente à laminação. Esse procedimento será bem sucedido, especialmente quando a chapa de cima for de pouca espessura, tendo portanto, bastante flexibilidade. Se, no entanto, algumas bolhas de ar ficarem presas, a sua eliminação poderá ser feita, induzindo-as a caminhar para fora, pela movimentação de pequenos pesos ou pressão manual sobre a superfície da placa superior. Isto provocará a expulsão de excesso de cola pelas bordas e é por isso que se deve usar cola em excesso.
COLAGEM DE TOPO
As bordas usinadas ou serradas de acrílico podem ser coladas, formando junta a topo. É desejável um certo grau de aspereza, porém não excessivo, pois impedirá a cola de umedecer o acrílico completamente. As áreas adjacentes também devem ser protegidas e a cola aplicada somente no local de contato. As duas bordas são então posicionadas e firmemente fixadas até a total secagem da cola.
COLAGEM EM ÂNGULO OU EM " T "
Requisito essencial nesta operação é garantir que fique retida uma quantidade suficiente de cola na junta, durante o período de secagem ou endurecimento. Quando se usar uma cola de baixa viscosidade, a borda em contato com superfície plana deverá ser chanfrada num ângulo de 5º aproximadamente, e a cola aplicada com uma seringa. Esse sistema de junção é muito frágil sob esforços mecânicos, e portanto, é aconselhável usar-se como reforço um filete de acrílico.
COLAGEM A OUTROS MATERIAIS
A diferença entre o grau de ataque às superfícies acrílicas em relação a outros plásticos é um problema que encontramos. Se o material, entretanto, apresentar alguma porosidade, uma boa ligação pode ser obtida. Outro problema é a diferença dos coeficientes de dilatação entre o acrílico e a maioria dos materiais não plásticos, o que pode levar ao enfraquecimento da ligação rígida, principalmente quando exposta a mudanças significativas de temperatura. O filme de cola, em tais casos, deve ser permanentemente flexível, a menos que o ambiente de temperatura constante seja previsto para os componentes colados.
Esses dois problemas podem ser superados com o emprego de adesivos à base de borracha (em solução ou em forma de látex), ou adesivos flexíveis do tipo "tato permanente". As juntas formadas com estes últimos materiais não têm as mesmas propriedades de resistência ao tempo (ao ar livre), do que uma junta feita com colas acrílicas, e têm obviamente uma força de ligação sensivelmente mais baixa.
http://www.vick.com.br/vick/produtos/acrilico_2/colagem.htm
Excelente artigo, de fácil leitura, entendimento e muito completo, parabéns pela postagem!
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